Para Vós
um solo coral sobre o lugar onde vivem as memórias
um projecto performativo sobre memória, participação e identidade
Sobre o projecto
"Este espectáculo chama-se "Para Vós" e é um espectáculo sobre o lugar onde vivem as memórias. É sobre a Voz. Sobre uma voz ancestral que se quer resgatar. É sobre ter voz. É sobre uma busca. É sobre voltar a casa. Este espectáculo é sobre activismo afectivo. É sobre colos. Sobre um rio. E é também sobre o esquecimento."
Para Vós- um solo coral sobre o lugar onde vivem as memórias" trata-se de um trabalho performativo de raiz documental e biográfica com uma forte componente participativa.
Assume-se como um solo coral porque em palco temos um solo e um coro: uma actriz e 7 "avós".
Cláudia Andrade, a actriz, convida, em cada lugar onde se apresenta, um grupo de seniores locais- sete "avós”- a integrar o espectáculo. Através de uma residência artística e de um processo criativo colaborativo, pretende-se ensaiar as partes corais e reunir as memórias das "avós" no espectáculo.
O ponto de partida dramatúrgico do espectáculo é a biografia das avós da criadora, Cláudia Andrade - Alice e Maria - ambas nascidas na primeira parte do século XX em território português, uma em Caranzalem (Goa, Índia Portuguesa) e a outra em Canelas (Beira Litoral).
Assume-se como um solo coral porque em palco temos um solo e um coro: uma actriz e 7 "avós".
Cláudia Andrade, a actriz, convida, em cada lugar onde se apresenta, um grupo de seniores locais- sete "avós”- a integrar o espectáculo. Através de uma residência artística e de um processo criativo colaborativo, pretende-se ensaiar as partes corais e reunir as memórias das "avós" no espectáculo.
O ponto de partida dramatúrgico do espectáculo é a biografia das avós da criadora, Cláudia Andrade - Alice e Maria - ambas nascidas na primeira parte do século XX em território português, uma em Caranzalem (Goa, Índia Portuguesa) e a outra em Canelas (Beira Litoral).
Contéudos
"Los que tienen memoria son capaces de vivir en el frágil tiempo presente. Los que no la tienen, no viven en ninguna parte.»
Patrício Guzmán, no documentário Nostalgia de La Luz, citado na peça
Patrício Guzmán, no documentário Nostalgia de La Luz, citado na peça
De que forma é que a nossa relação com o passado forma o que somos a cada presente? E os mais velhos, aqueles que se lembram dos tempos que o tempo insiste em enterrar, e das histórias que já ninguém mais conta? E essas histórias, correspondem ao que realmente aconteceu, ou àquilo que é cómodo lembrar?
O espectáculo "Para Vós" nasce de um manancial de perguntas como estas. É uma história para tocar outras histórias. É a história do tempo, a história da memória. É a nossa história. É também a história de Cláudia Andrade, da sua avó Alice e da sua avó Maria, duas mulheres que de formas díspares desenham o curto espectro de possibilidades para ser mulher naquele tempo, esboçam um passado colonial (a avó Alice era de Goa e passou por Moçambique, a avó Maria nunca saiu de Canelas), e vincam a desigualdade entre a vida dos que tinham meios e a dos que não tinham.
Esta é a narração de uma história particular, íntima, irrepetível, para tocar na história comum, a de todos nós.
É também uma viagem que fala de muitas outras viagens. A estrutura narrativa clássica e a presença do coro neste espectáculo levam-nos de volta à Grécia antiga, há 2500 anos. Sempre que se evocam as origens do teatro para falar das nossas origens, sempre que uma mulher se pergunta acerca de si própria para falar de todos nós, recuperamos o oráculo de Delfos, inscrito no templo de Apolo - «conhece-te a ti mesmo». Podes conhecer-te sem saber quem foram os teus antepassados?
O espectáculo "Para Vós" nasce de um manancial de perguntas como estas. É uma história para tocar outras histórias. É a história do tempo, a história da memória. É a nossa história. É também a história de Cláudia Andrade, da sua avó Alice e da sua avó Maria, duas mulheres que de formas díspares desenham o curto espectro de possibilidades para ser mulher naquele tempo, esboçam um passado colonial (a avó Alice era de Goa e passou por Moçambique, a avó Maria nunca saiu de Canelas), e vincam a desigualdade entre a vida dos que tinham meios e a dos que não tinham.
Esta é a narração de uma história particular, íntima, irrepetível, para tocar na história comum, a de todos nós.
É também uma viagem que fala de muitas outras viagens. A estrutura narrativa clássica e a presença do coro neste espectáculo levam-nos de volta à Grécia antiga, há 2500 anos. Sempre que se evocam as origens do teatro para falar das nossas origens, sempre que uma mulher se pergunta acerca de si própria para falar de todos nós, recuperamos o oráculo de Delfos, inscrito no templo de Apolo - «conhece-te a ti mesmo». Podes conhecer-te sem saber quem foram os teus antepassados?
Para os meus avós. Mais especificamente sobre as minhas avós. Para todos os avós ou para todos nós, que um dia, talvez, seremos também avós. Para os avós dos meus filhos (como seria o mundo se tivéssemos crescido todos sem avós?)
a voz. Para a minha voz. Que se lance, que se solte, e talvez em alguma primavera, floresça. Para as vozes que se não falam agora serão, talvez, esquecidas para todo sempre.
Para Vós é um solo coral sobre o lugar onde vivem as memórias. É um espectáculo sobre raízes. Sobre a voz humana que é ancestral. Sobre histórias de outros tempos que não estão escritas nos livros, mas semi- enterradas em algum lugar recôndito da nossa memória. Sobre o que é intemporal. Sobre os mistérios do sangue.
Este é um espectáculo sobre os meandros da memória. Sobre as memórias das minhas avós ou mais exactamente sobre a minha memória das memórias delas.
a voz. Para a minha voz. Que se lance, que se solte, e talvez em alguma primavera, floresça. Para as vozes que se não falam agora serão, talvez, esquecidas para todo sempre.
Para Vós é um solo coral sobre o lugar onde vivem as memórias. É um espectáculo sobre raízes. Sobre a voz humana que é ancestral. Sobre histórias de outros tempos que não estão escritas nos livros, mas semi- enterradas em algum lugar recôndito da nossa memória. Sobre o que é intemporal. Sobre os mistérios do sangue.
Este é um espectáculo sobre os meandros da memória. Sobre as memórias das minhas avós ou mais exactamente sobre a minha memória das memórias delas.
Ficha Técnica
Criação e Direção Artística Claudia Andrade
Interpretação Claudia Andrade e 8 séniores
Apoio à Encenação Montse Bonet
Apoio à Dramaturgia Joana Bértholo
Implementação do Projecto São Correia
Direcção de Produção Safira Ramos
Vídeo e Registo Fotográfico Patrícia Poção
Assistência Artística Mafalda Alexandre
Banda Sonora Fernando Mota
Desenho de Luz Cláudia Rodrigues
Figurinos Ruy Malheiro
Co-produção A Caravana Associação Cultural, Centro de Arte de Ovar, Companhia de Actores, Centro de Artes de Águeda, Centro Cultural/ Município de Lagos, Centro das Artes e do Espectáculo de Sever do Vouga
Criação e Direção Artística Claudia Andrade
Interpretação Claudia Andrade e 8 séniores
Apoio à Encenação Montse Bonet
Apoio à Dramaturgia Joana Bértholo
Implementação do Projecto São Correia
Direcção de Produção Safira Ramos
Vídeo e Registo Fotográfico Patrícia Poção
Assistência Artística Mafalda Alexandre
Banda Sonora Fernando Mota
Desenho de Luz Cláudia Rodrigues
Figurinos Ruy Malheiro
Co-produção A Caravana Associação Cultural, Centro de Arte de Ovar, Companhia de Actores, Centro de Artes de Águeda, Centro Cultural/ Município de Lagos, Centro das Artes e do Espectáculo de Sever do Vouga